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Alimento é aliado importante por ser uma excelente fonte de cálcio e atuar como regulador metabólico
A suplementação de cálcio para gestantes passou a ser uma medida universal adotada pelo Ministério da Saúde para evitar a pré-eclâmpsia, complicação da gravidez caracterizada por pressão alta e presença de proteína na urina, e uma principais causas de morbimortalidade materna e perinatal, tanto no Brasil quanto no mundo.
Anualmente, ela é responsável por cerca de 80.000 mortes maternas e 500.000 mortes infantis globalmente. No Brasil, de acordo com informações da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde, aproximadamente 15% das gestantes são afetadas por essa condição. Os dados da BSV indicam que a mortalidade materna relacionada a síndromes hipertensivas pode chegar a até 170 óbitos por 100 mil nascidos vivos em serviços especializados em alto risco obstétrico. Além disso, estima-se que cerca de 25% dos partos prematuros estejam associados à pré-eclâmpsia.
A recomendação do Ministério da Saúde para a suplementação de cálcio em gestantes, divulgada em fevereiro deste ano, visa reverter esse quadro no Brasil, uma vez que, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 96% das mulheres adultas consomem menos cálcio que o recomendado. Dentro desse contexto, o leite se apresenta como um dos alimentos mais completos e naturais para fornecer esse mineral tão importante.
O médico especialista em Nutrologia, Plínio Cezar de Almeida Júnior, que atende no Órion Business & Health Complex, explica os diversos benefícios do consumo de leite, especialmente para as gestantes. "O leite é uma excelente fonte de cálcio, essencial para a formação óssea e dentária do bebê. Além disso, ele tem papel crucial no controle da pressão arterial, ajudando a prevenir complicações como a pré-eclâmpsia", afirma o especialista.
Regulador metabólico
De acordo com Plínio, a recomendação para gestantes inclui a ingestão diária de leite e derivados, que são ricos em cálcio, proteína, e outros nutrientes essenciais. "Para as gestantes, o cálcio não é apenas importante para os ossos, mas também atua como regulador metabólico, contribuindo para a saúde cardiovascular e para a formação da placenta e do feto", diz o médico.
O leite, que possui uma excelente biodisponibilidade de cálcio, é amplamente recomendado para gestantes, pois seu cálcio é facilmente absorvido pelo organismo. Além disso, Plínio esclarece que, ao contrário do que muitos acreditam, o leite não é um alimento inflamatório. "O leite tem, na verdade, uma ação anti-inflamatória para a maioria das pessoas, sendo apenas problemático para quem tem intolerância à lactose", completou.
Em relação à qualidade do leite consumido, Plínio enfatizou a importância de escolher leite pasteurizado, especialmente para as gestantes, pois o consumo de leite cru pode representar um risco à saúde. "É fundamental atentar-se ao prazo de validade e à forma de armazenamento do leite. A recomendação é optar sempre pelo leite pasteurizado, que é mais seguro e livre de bactérias nocivas", afirmou.
Alternativas para intolerantes à lactose
Plínio também aborda as alternativas para gestantes que sofrem de intolerância à lactose, um problema comum entre a população. "Para essas gestantes, o leite sem lactose é uma excelente opção, pois mantém todos os benefícios do leite, como o cálcio e as proteínas, sem causar desconforto", explica.
Além do leite sem lactose, outras fontes de cálcio também são indicadas, como queijos e iogurtes. "Esses derivados também são boas fontes de cálcio e podem ser consumidos por pessoas com intolerância à lactose, dependendo da gravidade da intolerância de cada indivíduo", acrescenta. Ele também cita como boas opções de fonte do mineral as folhas escuras, como couve, brócolis, rúcula e espinafre, e alguns grãos, como gergelim, soja, grão-de-bico e lentilha.
Desfazendo mitos sobre o leite e a nutrição
Além dos benefícios do leite para as gestantes, Plínio também fala sobre os mitos que envolvem esse alimento. Um dos principais equívocos é a ideia de que o leite de caixinha contém produtos químicos prejudiciais à saúde. "Isso é um mito. O leite longa vida, ou UHT, é tratado com altas temperaturas para eliminar bactérias, mas não recebe conservantes ou agentes artificiais que possam prejudicar a saúde", explica.
Vinícius Junqueira, diretor geral da Marajoara Laticínios, reforça essa informação, destacando a segurança do processo de envase do leite. "O leite UHT passa por um rigoroso processo de pasteurização e esterilização, que garante a eliminação de até 99,9% das bactérias, sem a adição de conservantes. Isso significa que o leite é 100% natural e seguro para consumo", diz.
O processo de UHT, que consiste em aquecer o leite a temperaturas extremamente altas por um curto período de tempo, preserva a qualidade do leite, mantendo seus nutrientes intactos. "Após esse processo, o leite é armazenado em embalagens herméticas e assépticas, garantindo que ele se conserve por até quatro meses sem a necessidade de refrigeração. Portanto, não é necessário ferver o leite de caixinha", esclarece o especialista.
Beijos
Lucimar
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